Por Paulo Tharcicio
Motta Vieira(*)
Invariavelmente, muitos de nós não lembram para quem foi dado o voto
para vereador nas últimas eleições. Esse comportamento descompromissado, que
visa somente cumprir a obrigatoriedade legal, acarreta na ausência de controle
do parlamentar eleito, uma vez que muito menos ele, sabe quem efetivamente o
elegeu. Desta forma, criamos um ciclo vicioso que atrela o total descompromisso
do eleitor ao descompromisso total do vereador eleito.
No meu modo de ver, a origem disso está em três aspectos bem marcantes:
- uma certa aversão que as pessoas têm ao jogo político, o que cria uma
aversão aos políticos e às instituições, mesmo sabendo que é através deles que,
pela via democrática - e democracia pressupõe um aprendizado contínuo -, vamos
conseguir realizar as mudanças necessárias.
- o individualismo que se apossou das pessoas, patrocinado pelo
pensamento hegemônico do neoliberalismo, o que a rigor nos volta para o próprio
umbigo, nos impedindo de ver claramente a causa das desigualdades sociais.
- a ilusão criada pelo marketing eleitoral, que transforma os candidatos em produtos a serem consumidos e
deixa em segundo plano a mensagem ideológica, que em última instância deveria
ser o elemento principal de decisão do voto.
Assim, acredito que precisamos refletir bastante com relação às eleições
deste ano, é importante lembrar que o menor detalhe da nossa vida representa o
exercício da cidadania que desfrutamos e é o resultado das escolhas de nossos
representantes.
Somente na política que serve à maioria, vão ser reduzidas as injustiças
sociais, o desemprego, a violência urbana e a miséria, uma vez que tudo isso é
gerado pela política que serve à minoria mais abastada da população, as ditas
elites.
A força do nosso voto pode alterar a tão injusta realidade que vivemos,
ao eleger homens e mulheres imbuídos
de uma visão humanista e universalista,
que efetivamente podem fazer a diferença.
Por isso não nos deixemos iludir por impressões superficiais, vamos
debater com os nossos colegas de trabalho e familiares, refletir bastante para
ter a clareza do projeto político que alimenta os nossos sonhos, lembrando
sempre que a indiferença ou a não participação efetiva farão com que outros
escolham por nós, e podem ser eleitos candidatos que não representem esse nosso
desejo.
É importante também refletir sobre a importância do voto municipal, pois
é nas cidades que se estabelece o conflito direto entre as demandas da
população e os seus representantes, assim a eleição de um prefeito progressista
e de uma bancada de vereadores que possa lhe dar sustentação, é essencial para
que consigamos avançar sobre as mazelas que afligem quase a totalidade do povo
nas grandes cidades.
Por último, lembremos que o nosso voto é que pode determinar a ampliação
dos espaços democráticos e da participação popular e o fortalecimento da tão
recente democracia brasileira e principalmente do controle da sociedade sobre o
poder público, somente assim será permitido nos orgulharmos do futuro que
deixaremos para aqueles que vierem depois de nós.
(*) Paulo Tharcicio Motta Vieira - Paulão, é presidente da Diretoria Executiva da FUEP, Gestão
2009/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário