quarta-feira, 24 de junho de 2009

Carta aos Deputados Estaduais

Senhores Deputados

Mesmo sendo fumante inveterado, acredito que os malefícios trazidos pelo hábito de fumar devem ser evitados de todas as formas, pois invariavelmente estarão estreitamente ligados a futuras doenças pulmonares, dentre outras, que em nada colaboram na saúde pública deste país, e o estado deve ter sim o direito de limitar os espaços para os fumantes.

Acredito também, como a sabedoria popular já expressou que “toda regra tem excessão”, e assim exponho a seguir a importância sagrada do “fumo” em religiões, notadamente a Umbanda, a qual tenho orgulho de pertencer, que dentre as suas características, a mais marcante é de ser a síntese da formação da sociedade brasileira, assimilando e mesclando harmonicamente, rituais, crenças e símbolos do catolicismo popular, do espiritismo kardecista, dos cultos de matiz africano, da pajelança indígena, de tradições orientais e de elementos magísticos, perfeitamente integrados, resultando nessa maravilhosa religião.

Dentro do uso e do conceito ritualístico da Umbanda, o tabaco, sendo um vegetal traz os elementos “terra” e “água”, que quando ativadas (queimadas) no fumo ou na defumação acrescentam os elementos “ar” e “fogo”, transformando-se em excelentes condutores energéticos, descarregadores, energizadores e equilibradores.

Desta forma, o fumo torna-se uma defumação direcionada, que traz além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para os trabalhos de magia realizados nos templos.

O sopro da fumaça por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente conhecidos durante os trabalhos de Umbanda.

Desta forma tanto o fumo quanto outros elementos são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais, limpar externa e internamente, uma vez que pode ser ingerido.

Entendemos assim, que as Entidades de Umbanda não têm vício e nem apego a estes elementos, não fumam por prazer, mas sim para extrair dos quatro elementos básicos que o compõe para a manipulação da energia, sempre em benefício do médium ou do consulente.

Desta forma saudamos a junção dos projetos que tramitam na Assembléia Legislativa do estado do Paraná, pela CCJ, pela manutenção da liberação em templos religiosos, garantindo desta forma pelo poder conferido ao legislador público, que já consagrou o dia 15 de Novembro como o “Dia da Umbanda e do Umbandistas”, permite agora a manutenção dos trabalhos de Umbanda tal e qual sempre aconteceram.

Um forte abraço e muito Axé!

Paulo Tharcicio Motta Vieira

Presidente da FUEP – Federação Umbandista do Estado do Paraná

Um comentário:

  1. Adorei o artigo Paulão! Elementos do ar, fogo...no fumo durante a gira. Era a definição que eu precisava! Concordo com a lei, a apoio, mas também entendo que toda regra tem exceção mesmo... quem vai a um Terreiro de Umbanda sabe, fatalmente, que sairá de lá literalmente defumado. É da nossa cultura, da nossa crença.
    Parabéns! Avante FUEP! Abraços....Suêzi

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