terça-feira, 19 de maio de 2009

FUEP e ASSEMA promovem Projeto BATIKUNDUN

JUSTIFICATIVA
O projeto que está sendo proposto busca, além de contribuir para a redução do preconceito, aliar o conhecimento teórico à prática que passam por temas como a espiritualidade (religiões de matrizes africanas), a dança, as línguas e dialetos, o som dos tambores africanos, entre outras informações.
Tudo isso tendo como base as nações africanas que vieram para o Brasil: Jêje, Nagô e Keto que compõem as nações Iorubás.

DANÇA
Para entender a dança afro necessário se faz ter conhecimento. A Ilha de Gore localizada no Senegal – limitado ao norte pela Mauritânia, a leste pelo Mali, ao sul pela Guiné e Guiné Bissau e a oeste pelo Oceano Atlântico e pela Gâmbia, é um dos principais elos entre a escravidão negra e o Brasil. Foi lá que os mercadores portugueses misturaram escravos de várias nações, envolvendo diferentes idiomas, costumes, religião e rivalidade tribal com o objetivo de dificultar a comunicação nos navios negreiros e com isso evitar revoltas.
Mas uma coisa em comum entre os escravos que era o culto à natureza e seus protetores (Orixás) evocado por meio de canções, gestos de exaltação e de comunicação, não foi conseguido tirar.
Começava então a primeira manifestação de dança africana que chegou ao Brasil.

ORIXÁS
Ao longo da história oficial um conceito equivocado sobre quem são os Orixás tomou conta do imaginário popular. Para se entender um pouco sobre esses deuses da natureza, do panteão africano, ao contrário do que sempre se pregou, não se tratam de entidades que fazem o mal, mas sim uma espécie de “Anjo da Guarda” (Ori = cabeça - Xá = protetor na língua Iorubá), ou protetores de cabeça.
A partir desse conceito podemos informar que cada Orixá traduz o que representa na natureza por meio da dança. Essa junção de passos, gestos e expressões trazidos da África e mesclados à influência da cultura portuguesa e indígena adquirida no Brasil deram origem às várias manifestações de danças afro-brasileiras.
A proposta deste projeto é de se manter na origem de tudo isso, ou seja, nas danças e nos toques fazendo com que os participantes identifiquem as dança afro como: lundu, afoxé, caxambu, jongo, maxixe, samba-de-roda e a roda-de-samba.
O lundu nasceu nas comunidades habitadas por pescadores. Era uma roda de sedução para conquistar a mulher amada.
O afoxé é a expressão mais festiva do que acontece dentro dos ilês-axés (terreiros).
O caxambu se trata de uma mistura do afoxé com o samba. Aproxima-se do corso carnavalesco.
O jongo é uma roda de dança que acontece nas comunidades com o objetivo de acertar diferenças através de gozação mútua.
O maxixe é uma espécie de samba onde o homem dança sem encostar na mulher, com exceção das mãos. Foi nessa manifestação que nasceram as evoluções da gafieira: uma dança de salão que deu origem à lambada.
O samba-de-roda se assemelha ao jongo, mas com a característica da brincadeira, da sacanagem, da gozação com o intuito de provocar risos.
A roda-de-samba visa apenas a dança. Tocam-se os tambores e qualquer participante pode cantar o que quiser. A única regra é não deixar a roda vazia.

SONS
Para o negro o som dos tambores é tão importante quanto o ar que respira. Ainda no ventre da mãe a criança já se depara com os toques porque estes imitam o som da natureza. É como se fosse uma preparação para que o bebê ao nascer já se sinta familiarizado com o novo ambiente.
São os toques dos tambores que evocam a força ancestral como forma de proteção, de resgate, de continuidade da vida.
Este projeto propõe o acesso a toques, passos e a sua relação com a dança, como:
· Ilú: a fúria do vento representada pelo Orixá Iansã
· Congo: o som o trovão representado pelo Orixá Xangô
· Ijexá: a suavidade do colo da mãe representada por Iemanjá
· Ijexá Nagô: a sensualidade representada por Oxum
· Savalu: o som dos metais representado por Ogum
· Barra-vento: toque de guerreiro
· Avaninha: toque de recolhida
· Outros

METODOLOGIA
As aulas acontecerão de forma alternativa aliando a teoria à prática. Para isso, os participantes terão acesso a informações ilustradas a partir de técnicas africanas de canto, toque e dança, bem como à “confecção de instrumentos”.
As aulas serão gravadas e depois disponibilizadas a todos os participantes.

INSTRUTOR
Orlando Silva: Percussionista, Coreógrafo, Compositor, Pesquisador sobre cultura negra
· Membro do Instituto Afro Brasileiro Belmiro de Miranda
· Educador da Fundação do Bem Estar do Menor (Fubem) – 1994 a 1996
· Criador do Grupo Erê composto apenas por meninos de rua em Guarapuava (94/96)
· Criador do Grupo Afro Utamaduni em Curitiba (1989-1994) reunindo músicos e bailarinos com passagens pelo Balé Folclórico de Salvador, Olodum, Malê de Balê, Filhos Gandhi.
· Educador da Secretaria Municipal de Educação – 1996 a 1998
· Projetos em contra-turno escolar nos Colégios Estaduais Bibiana Bitencourt, Antonio Tupy Pinheiro, Professor Amarílio em Guarapuava
· Projetos no contra-turno escolar na Escola Municipal Professor Enoch Tavares
· Projeto Comunidade Cultural nos bairros Xarquinho e Cupertinópolis
· Projeto A África é Aqui (palestras e oficinas)
· Projeto FERA em 2007 e 2008
· Palestras na PUC/Curitiba, na Unicentro/Guarapuava e na Faculdade Espírita em Curitiba
· Criador e coordenador da Companhia de Música e Dança Afro Kundun Balê (2007)


OUTROS PROJETOS

· Fazendo a cabeça com o Kundun Balê – oficina de cabelo afro
· A África é aqui – trabalho sobre a história da África e afro brasileira (lei federal 10.639) nas
Escolas
· Um dia com o Kundun Balê: recepção de comitivas no quilombo para participar das atividades do Kundun (ensaios, grupos de estudos, espiritualidade, etc)
· Bolongo – O Fogo da Justiça: analogia com ritual africano de iniciação. No Kundun se trata de Inserção à cidadania, ao conhecimento, à dignidade;
· Oficinas de dança, de percussão, de instrumentos de percussão alternativos, de instrumentos fixos (atabaques e tambores)
· - Capoterapia: terapia corporal e mental a partir da capoeira
· - Worshops sobre cultura negra
· - Membro do grupo de estudos sobre religiosidade na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Guarapuava

INVESTIMENTO
R$ 60,00 por participante/mês
R$ 45,00 para sócios da FUEP
Forma de pagamento: À vista ou em até 04 parcelas
Inclui o material necessário para confecção de instrumentos, o DVD com a gravação de todas as aulas, e as passagens de ida e volta do Orlando do KUNDUN BALLÊ de Guarapuava.

DURAÇÃO
04 meses – Aulas a cada 15 dias
Dia: Domingo
Horário: 13 horas às 18 horas
Início: 1ª semana de julho de 2009
Vagas: 40
Inscrições:
Com Marco Boeing - ASSEMA
Fone Cel: 41 8851-1200
e-mail : cscwb@yahoo.com.br ou umbanda.parana@gmail.com

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