segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Intenacional da Mulher

Por Carla Bittencourt Lorusso

O dia internacional da mulher é uma mensagem ao mundo todo. O dia da mulher é uma homenagem às mulheres que lutaram e ainda lutam pelos direitos igualitários. No decorrer da história da humanidade, muitas mulheres desejaram, buscaram, lutaram e em muitos casos foram punidas por desejarem igualdade ao lado dos homens. Às vezes a mulher foi ouvida, mas infelizmente, muitas vezes ela foi silenciada.
Aquelas mulheres que ao decorrer da história da humanidade, levantaram as suas caras em desafio à opressão da sociedade e das culturas que discriminaram e degradaram a sua imagem, são lembradas no dia internacional da mulher.
O direito de votar, o direito de andar nas ruas com o rosto descoberto, o direito de casar com quem quiser, o direito de trabalhar ao lado do homem sem preconceito e o direito de ser aceita como igual. O dia da mulher é um dia para nos lembrar desses direitos. Não apenas para lembrar os homens, mas para lembrar a nós mulheres também.
Aristófanes escreveu uma comédia em 410 AC sobre a Lysistrata, a mulher que lutou pelo fim da guerra de Peloponésia com uma greve de sexo. Nos textos sagrados compilados de Vatsayana, os Sutras de Kama, ou Kama-sutras, o autor apelou para a educação das mulheres indianas usando o pretexto de que compreendendo as artes das ciências, as mulheres passariam a compreender melhor os homens, e portanto, os amariam melhor. Infelizmente, nos poucos instantes da Antigüidade em que às mulheres foi permitido acesso ao mundo das ciências, essas mulheres continuavam objetos do prazer masculino.
Mesmo na Idade Média e no mundo Renascentista, sempre que uma mulher alcançava a igualdade acadêmica dos homens dentro da igreja, ela foi calada ou condenada. Apenas no início da revolução francesa é que essas vozes femininas começaram a fazer impacto na nossa história. Isso apenas nos últimos 250 anos.
Antes disso, as mulheres foram segregadas e discriminadas pela sociedade de tal forma, que para atuar nas mesmas funções que os homens, era necessário formar uma sociedade paralela. É o caso de seitas religiosas como o culto de Ísis no Egito, Kybele na Frígia, Safos da ilha de Lesbos, e o martírio da mais renomada matemática-sacerdotisa da história, Hipatia de Alexandria.
A causa sufragista no mundo Moderno começou entre as mulheres da classe operária do século IXX. O mundo cada vez mais industrializado, exigia também uma classe de mulheres operárias que além de donas de casa trabalhavam nas fábricas.
Conta-se histórias de que muitas mulheres morrerem em martírio nesse período, e o caso mais famoso é o mito é da fábrica Triangle Shirtwaist de têxteis que pegou fogo acidentalmente às 16:40 do 25 de Março de 1911 na cidade de Nova Iorque, matando 146 pessoas na sua maioria mulheres jovens. Mesmo após 13 semanas de greve em 1909 e 700 grevistas presas, as condições nas fábricas dos Estados Unidos continuavam perigosas. Mesmo depois destas histórias, as mulheres continuavam segregadas até o final da primeira guerra mundial e depois novamente até o final da segunda guerra mundial quando as mulheres foram obrigadas a preencher uma lacuna de obra manual que anteriormente pertencia apenas aos homens. Ao voltar da guerra, os homens e toda a cultura industrializada fora chocada com a habilidade feminina, e paradigmas foram quebrados. Hoje, reconhecemos que as mulheres são iguais em tudo, inclusive na habilidade de votar, trabalhar ou mesmo governar um país. Mas não podemos jamais esquecer o que esse reconhecimento custou. O dia da mulher, é um dia em que essa mensagem de reconhecimento precisa ser lembrada e divulgada no mundo todo.

Carla Bittencourt Lorusso
É Professora universitária e profissional de RH em Curitiba

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